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A psicologia do envelhecimento identifica uma série de mudanças físicas, mentais/psicológicas e sociais a que o idoso está sujeito, alterações essas que poderão ser limitativas, e cujas interações irão definir o envelhecimento mais ou menos satisfatório do indivíduo. 

No campo da gerontologia assiste-te, portanto, à expansão de investigações e teorias em torno desta população de forma a serem estabelecidos meios para se obter um envelhecimento digno e com qualidade de vida.

A musicoterapia, sendo uma intervenção terapêutica que utiliza como principal mediador a música, assume-se como uma terapia auto expressiva com forte incidência nas funções cognitivas e estados emocionais. Contribuindo diretamente para o envelhecimento ativo, a musicoterapia proporciona aos idosos o contacto com a sua criatividade, potencialidades, memórias e histórias de vida, restituindo-lhes parte de um sentimento de poder e utilidade. 

Neste sentido, a musicoterapia é mais um canal para beneficiar a pessoa idosa na prevenção, reabilitação e/ou recuperação, promovendo a saúde.

Existe já uma ampla literatura que refere os benefícios da intervenção musicoterapeutica nesta população (Ruud, 1998), sendo eles: 

– promover o relaxamento, diminuir a ansiedade e distrair de experiências desagradáveis (Solé et al., 2010);

– evocar e estimular as respostas físicas desejadas a determinada atividade, funcionando como incentivo à ação e ao treino sensorial (Hamburg, 2003; Hirokama, 2004);

– influenciar o humor e equilibrar o estado emocional (Hays e Minichiello, 2005);

– facilitar a comunicação (verbal e não verbal) e melhorar as aptidões sociais;

– provocar estimulação intelectual e melhorar o funcionamento mental (McClosky, 1985);

– estimular associações significativas e fornecer atividades objetivas e simultaneamente agradáveis que acrescentem significado e qualidade de vida;

– melhorar a autoestima.

A musicoterapia procura basear-se em intervenções nas quais exista uma estimulação sensorial, orientação para a realidade, re-motivação, validação (legitimando os seus sentimentos e a realidade do idoso), e reminiscência. 

A musicoterapia contribui, também, para a prevenção do aparecimento de quadros depressivos e retarda a evolução de quadros demenciais, mais comuns nesta população.

Quando a intervenção é realizada em grupo, destacam-se como benefícios o desenvolvimento da comunicação e o envolvimento grupal.

Em tom conclusivo, as sessões musicoterapêuticas com esta população assumem como objetivo principal desenvolver ou melhorar competências, sejam elas pessoais, interpessoais ou sociais, através de experiências musicais em grupo e/ou individuais, procurando restituir ao idoso a capacidade de crença em si mesmo e nas suas potencialidades.

Bibliografia:

Ruud, Even (1998). Music therapy: Improvisation, Communication, and Culture. Barcelona Publishers, USA;

Hamburg, Janet (2003). The effects of a movement with music program on measures of balance and gait speed in healthy older adults. Journal of Music Therapy, XL (3), 212-226;

Hays, Terrence e Minichiello, Victor (2005). The contribution of music to quality of life in older people: an Australian qualitative study. Aging & Society (25), 261-278. Cambridge University Press, U.K.;

Hirokama, Erik (2004). Effects of music listening and relaxation instructions on arousal changes and the working memory task in older adults. Journal of Music Therapy, XLI (2), 107-127;

McClosky, L.J. 1985. Music and the frail elderly. Activities, Adaptation and Aging (7), 73-75;

Solé, Carme; Mercadal-Brotons, Melissa; Gallego, Sofia; Riera, Mariangels (2010). Contributions of music to aging adults’ quality of life. Journal of Music Therapy, XLVII (3), 264-281;